terça-feira, 15 de abril de 2008

Crônicas de um palhaço sem graça: 4 episódio


Ele caminhava. tinha 2 minutos que saltara do ônibus e que caminhava em direção da sua casa. ele se sentia imerso nos pensamentos, até que olhou pra cima e viu que o céu estava com uma quantidade de estrelas enorme...Ele nem percebera mas já tinha retornado a uma fantasia, que já não era mais nova, mais era tão desejada que se fazia nova cada vez que era visitada. Lá estava ele na cozinha preparando um jantar, que lhe parecia suculento, um vinho em cima da mesa arrumada, incenso na casa, a porta da varanda aberta e um jazz irrompendo o céu através da porta aberta da varanda. Ele dançava e cantarolava aquela melodia enquanto esperava pelo toque na campainha. Ele estava de costas abrindo o vinho que estava no congelador e preparando as duas taças, como se estivesse prevendo que a campainha tocaria, e de fato ela tocou. Abriu a porta deu aquele sorriso de canto de boca que ela gostava beijou-lhe com carinho e ofereceu a taça que ele já havia preparado. Após duas taças e meia, eles já estavam dançando na varanda sob o olhar atento das estrelas e da lua, magnânima diga-se de passagem, os beijos vinham com o sabor do vinho seco que eles bebiam, é fato, mas eles estavam muito mais com o sabor dos olhares e dos risinhos que eles trocavam... O cd já tinha parado de tocar a tempos, o jantar não tinha sido tocado, a brisa do mar vinha acariciar os seus corpos nús e entrelaçados, que nesse fragmento de tempo pareciam serem como um só, o cheiro do jantar ainda estava no ar... Uma garrafa vazia, duas taças, uma com marca de batom e outra não, roupas largadas sem preucupação pelo chão...

Ele desperta e percebe que novamente estava cheio de saudade de algo que ainda não aconteceu... Respira fundo, sente o oxigênio irrigar todos os seus orgãos e sente renovado. sente que ali ele estava feliz, sente seu corpo sente a noite, sente as estrelas e almeja algo... Um vinho talvez...
Imagem por Vânia medeiros www.flickr.com/vania_medeiros

8 comentários:

N. disse...

assisti uma vontade de felicidade em plavras... as imagens não denotam, mas significam uma semiótica estética...

as descrições são inflamáveis quando tocam sentidos profundos.

:D

Si disse...

Senti até o cheiro do vinho.

Muito bom, moço.

Franklin Marques disse...

que coisa linda, zé!!!
muito legal o clima que você criou, dá vontade de passar por isso.

Anônimo disse...

Um vinho.

Brício Salim disse...

sinestesia pura!

^^

PatSodré disse...

Eh um clima intimo, sempre bem vindo, sempre gostoso!!

Me deu vontade...hummm EU QUERO!

Ôhana disse...

O poder do vinho!
Texto inteiramente degustável...

Nani disse...

Rapaz, consegui visualizar tudo isso que vc narrou, Zezé!! ;) Nada melhor que um bom vinho e uma ótima companhia hein?! Ahh.. =D

Beijos beijos!!